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Casas Bahia Anuncia Fechamento De 100 Lojas Ainda Este Ano
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A empresa Via, que administra as Casas Bahia, prevê redução de até R$ 1 bilhão em estoques neste ano.
- Por Anderson Santos
- 11/08/2023 12h20 - Atualizado há 1 ano
A 'Via', proprietária das marcas Casas Bahia e Ponto (antiga Ponto Frio), revelou um novo plano de negócios que envolve o fechamento de até 100 lojas ainda em 2023 e a demissão de cerca de 6 mil funcionários.
A empresa planeja reduzir os estoques em até R$ 1 bilhão durante o ano e pretende adotar mudanças na maneira como obtém financiamento para seus produtos a crédito oferecidos aos clientes.
O presidente da Via, Renato Horta Franklin, explicou que a empresa já começou a reduzir o número de lojas e planeja fechar entre 50 e 100 unidades.
Como parte dessa redução nos estoques, a Via planeja transferir produtos de menor lucratividade, principalmente itens de menor preço, para seu marketplace online, mantendo nas lojas físicas apenas os produtos que geram maior lucratividade.
"Esse ajuste das 100 lojas vai trazer uma liberação de estoques de R$ 200 milhões", afirmou o presidente da empresa.
Nova Gestão Das Casas Bahia
Dona das Casas Bahia anuncia plano com fechamento de até 100 lojas e corte de funcionários — Foto: reprodução
Essas mudanças no modelo de negócios ocorrem após alterações na alta administração da empresa no segundo trimestre deste ano, com Renato Horta Franklin assumindo a presidência e Elcio Mitsuhiro se tornando diretor financeiro.
Franklin destacou que a empresa já tinha uma estratégia de crescimento orientada para vendas online, abertura de novos canais, expansão de lojas e investimentos em fintechs.
"Nós entendemos que isso tudo foi feito. Construímos uma super plataforma, e ela já é grande. Então, entre investir para crescer mais essa plataforma ou pegar e rentabilizar o que tenho aqui, preferimos ganhar dinheiro com o que tem aqui", diz.
Estratégia
A empresa revelou sua intenção de reduzir em até 40% seus investimentos. Com a implementação dessas transformações operacionais, a companhia estima a possibilidade de gerar R$ 1 bilhão em lucro líquido (antes de impostos), embora a data para isso ainda não tenha sido definida.
O plano possui diversos potenciais de ganho até 2025. No entanto, Mitsuhiro ressaltou que esse "não é um plano de longo prazo até 2025", sem fornecer mais detalhes sobre o cronograma.
Casas Bahia — Foto: Reprodução
A nova gestão da Via também anunciou alterações para fortalecer sua estrutura de capital. Uma das mudanças significativas é relacionada à captação de recursos.
Atualmente, cerca de 50% do crédito da Via está relacionado aos parcelamentos a prazo, nos quais a empresa adianta os valores junto aos bancos e os devolve, com juros, conforme o cliente paga as parcelas.
Agora, o plano é securitizar a carteira de crédito no mercado de capitais através de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) e transferência da carteira de crédito para os FIDCs.
Resultados Do Segundo Trimestre
O novo plano é introduzido em meio a outro trimestre de prejuízo, desta vez totalizando R$ 492 milhões no período de abril a junho.
Esse resultado negativo contrasta com o lucro de R$ 6 milhões obtido no mesmo período do ano anterior, que foi o último trimestre em que a empresa registrou lucro contábil.
O balanço financeiro divulgado revela que o resultado final foi impactado por um resultado financeiro negativo de R$ 801 milhões, além de uma queda na receita.
Durante o segundo trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Via foi de R$ 469 milhões, representando uma redução de 32,1% em comparação ao ano anterior.
A receita líquida também diminuiu em 2,1% na comparação anual, totalizando R$ 7,49 bilhões, e a margem bruta foi de 28,5%, o que representa uma diminuição de 2,9 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.
No que diz respeito às vendas, houve um aumento de 9% no marketplace, enquanto o modelo de vendas diretas ao consumidor registrou uma queda de 1,2%.
